Você chegou em
casa e eu falei que ia te mostrar o mundo. Mal sabia eu que você iria
transformar tudo aquilo que eu entendia por mundo.
Quando você nasceu
meu coração se encheu do amor mais puro e mais profundo, um sentimento que eu
pensei nunca merecer sentir, nem sabia que podia sentir tamanha imensidão de
tal sentimento.
Eu fico só vendo
você mexer suas mãos, piscar os olhinhos, bocejar, dando um leve sorriso
enquanto dorme, seus delicados dedinhos que tão forte agarram tudo o que vê
pela frente, bem diferente dos meus que tentam se adaptar à delicadeza da sua
pele.
Eu já chorei antes
por tristeza e por alegria também, mas com você foi diferente, sem nenhuma
palavra que pudesse descrever o que eu sentia, naturalmente eu explodi em choro.
Filha, você chegou
há 364 dias e me apresentou um novo mundo, não o mundo de guerra, de ambição,
de inimizades, que eu conhecia, mas sim o mundo de mansidão, entrega por uma
causa, de gratidão, um mundo colorido, ou melhor, um mundo cor-de-rosa.
Eu que antes me
sentia tão forte hoje vejo que sou frágil, mais humana, mas também sou tão mais
corajosa, vendo você assim tão pequenina, crescendo nos meus braços e
dependente de mim, vejo que sou capaz de tudo por você.
Eu daria sim minha
vida por você. E ao mesmo tempo, sentir na pele o medo de não estar por você algum
dia me apavora.
Porque você já me
mostrou no decorrer desse ano que vai ser fantástico te acompanhar por mais e
mais anos.
Há 8.736 horas
você nasceu e eu não uso mais relógio desde então, porque meu tempo é todo seu,
e também porque a pulseira poderia te machucar.
A primeira vez que
você sorriu, senti uma alegria inexplicável. E todas as outras vezes também.
Os nossos dias
juntas são tão lentos e ao mesmo tempo tão rápidos, e essa sua mãe aqui que
antes era acostumada a correr com tudo, descobriu o prazer que há em observar
cada detalhe de alguém. Esse alguém que é você minha pequena, porque você é
tão... “você”... que eu quero te saber cada vez mais nos detalhes.
Te observo em cada
detalhe, que nem aquele sinalzinho rosado que você tem ao lado esquerdo na
cintura desde que nasceu “faço a checagem todo o dia”, vai me fazer falta
quando sumir. Mas não vai sumir aquela covinha que você tem na buchecha direita
quando sorri com sinceridade, ahh essa não irá sumir e é tão, tão charmosa.
Acho você muito
parecida com seu pai, mas uma coisa você puxou à mim, não sei se é motivo de
orgulho, mas você puxou à mim o seu mau-humor e impaciência quando está com
fome.
Você sua quando
dorme e quando mama também. Não gosta do calor será que é por causa do seu
nascimento na época do frio?
Há 1 ano eu venho descobrindo
que sou mole e meu coração é uma meleca molenga quando o assunto é você.
Essa coisa de
maternidade é mesmo muito louca, eu que nunca tive medo de nada, me tremi toda
quando você tomou sua primeira benzetacil e perdi o ar junto com você.
Já não tenho mais
nome próprio, e já me acostumei com meu apelido, quando vou me apresentar para
alguém me esqueço e digo: - Prazer, sou a “mãe da Mel”.
Reparei que você
gosta de se aninhar entre meu ombro o meu pescoço após as mamadas e respirar
bem fundo até pegar no sono, enquanto faço carinho nas suas costinhas para você
se sentir segura.
Você tem três tons
de choro e eu "acho" que já sei lê-los.
Tem aquele do
mau-humor e impaciência esse aí ninguém consegue fazer parar só uma mamadeira
bem quentinha, esse é de arder os ouvidos. O outro é o chorinho de manha quando
quer colinho e claro esse resolvo de uma vez. E tem um, um que aperta o coração
da mamãe molenga aqui, um choro que me faz ficar de mãos atadas sem poder fazer
nada, é o chorinho da dor, reconheço ele logo porque sei que tem algo de errado
com você, já que você é tão boazinha e não chora por causa de nada.
Nestes dias em que
passamos juntas, já deu para você me mostrar que, no fundo, a maior parte das
pessoas erra tentando acertar.
Você nasceu e o
mundo que você me deu de presente é tão cheio de amor.
Alguém já dizia:
"Quem ama os meus, minha boca adoça". Você é tão querida e amada, que
ando recebendo açúcar de todos os lados.
Você me fez grata.
Você me deu essa
certeza do quanto sou querida, seu pai é querido e somos queridos como família.
Esses dias seu pai
me confidenciou que pensava que você não iria ama-lo como você me ama, que
pensava que não iria sentir aquele olhar doce que você jogava para mim todas as
vezes que estava em meu colo, mas hoje posso dizer que ele é tão querido quanto
eu, não é? Percebo isso quando estou te dando de mama e quando você escuta o
abrir da porta já larga logo a mamadeira e fica com o olhar atento esperando
ele aparecer pelo corredor e quando ele aparece você abre aquele sorrisão (com
aquela covinha na buchecha direita) e não quer mais saber nem de mim nem da
coitada da mamadeira. Mas é claro que isso é por poucos minutos, até você matar
a saudade do dia e logo querer voltar para os meus braços, porque eu ainda acho
que sou a preferida (risos)
E é isso, meu
amor.
1 ano e o baile
mal começou.
Mas eu te agradeço
tanto por ter me tirado pra dançar.
Eu vou pisar no
teu pé, vou errar o passo, talvez eu até perca o ritmo...
... mas eu sempre
o farei tentando que a gente se divirta enquanto toca a música.
Eu sempre estarei
a teu lado.
Liiiiiiiiinda declaração!!!
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